Livro explica a raiz da criminalidade no Brasil
Em "Beccaria 250 anos", Luiz Flávio Gomes, um dos maiores criminalistas do país, demostra como é possível diminuir a violência que apavora nossa sociedade
Luiz Flávio Gomes, um dos mais importantes criminalistas do país, lança nesta quinta-feira, 4, o livro "Beccaria 250 Anos: E o Drama do Castigo Penal: Civilização ou Barbárie?" (Editora Saraiva, 352 pág., R$ 68).
Indignado com o atual sistema penal, dominado por legisladores e governantes irresponsáveis que prometem a redução da criminalidade por meio de novas leis aproveitando-se do povo amedrontado, Luiz Flávio Gomes revisitou a obra do filósofo e penalista italiano Cesare Beccaria (1738-1794). Seu livro "Dos delitos e das penas", apesar de proibido pela Igreja, foi um dos mais lidos na Europa, no século 18.
Beccaria revolucionou a Europa em 1764 ao questionar pela primeira vez de forma sistemática o cruel sistema de Justiça criminal de seu tempo. Um sistema inquisitivo que castigava arbitrariamente pobres e desiguais e em nada colaborava para que houvesse mais segurança nas cidades. Exatamente como acontece hoje no Brasil!
Os países que seguiram a cartilha de Beccaria (entre eles Suécia, Dinamarca, Holanda e Suíça) contam com 1 assassinato para cada 100 mil pessoas. Os que refutaram essa receita são extremamente violentos. Destaque para o Brasil que é o 12º país mais violento do planeta, com 57 mil assassinatos (campeão do mundo em números absolutos) e taxa de 29 mortes intencionais para cada 100 mil pessoas.
Luiz Flávio Gomes comenta ponto por ponto a obra de Beccaria e mostra sua relevância para a prevenção do delito e da violência. "Enquanto a política criminal brasileira for conduzida pelas classes dominantes discriminatórias, que somente pensam nos seus interesses, tudo não passará de mero enxugamento de gelo com toalha quente", afirma Gomes.
Para adquirir o livro:
Lançamento em São Paulo - SP
"Beccaria 250 Anos: E o Drama do Castigo Penal: Civilização ou Barbárie?"
Local: Salão Nobre da OAB SP
Praça da Sé, 385 - 1º andar
Data: 04 de setembro
Horário: 19h
16 Comentários
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´´Os países que seguiram a cartilha de Beccaria (entre eles Suécia, Dinamarca, Holanda e Suíça) contam com 1 assassinato para cada 100 mil pessoas.``
Os países supracitados que possuem tais números, não os tem, apenas por seguir a cartilha do autor. Antes de tudo, há de se observar à cultura, o sistema econômico e o sistema político dos mesmos, fatos estes, que refletiram diretamente na sociedade como um todo.
Aplicar sua cartilha aqui, sem uma mudança cultural, política e econômica, não solucionaria nada, assim como, pioraria a situação.
É muito fácil bravejar por ´´suavização`` das penas, quando se foi criado a pera com leite, e quando o mais próximo que se chega de uma favela, é quando vão comprar um um bagulho e etc...
Correlação não é causa, lembrem-se. continuar lendo
Ótimo, vamos deixar a política criminal do Brasil ser conduzida pelos próprios bandidos, quem sabe eles se conscientizam e deixam de praticar crimes, não é? Quem é essa "classe dominante"? O professor, com ideias Marxistas, vitimiza os bandidos como se a opressão contra eles gerasse o crime. Vergonha continuar lendo
Não li essa obra...mas se o autor não faz referência a Pietro Verri, que Cesare Baccaria se apropriou de seu trabalho,-SOBRE TORTURAS-quando contemporâneos e não se fala nesse precursor do abuso do poder contra inocentes,mediante métodos violentos e arbitrários da época,(Inquisição)-faz-se---no meio jurídico---e,talvez na obra um equivoco,tremento,eis que Pietro Verri foi quem primeiro denunciou tais aberrações e Beccaria só levou a fama. Nada mais que isso.A história tem essas aberrações também. continuar lendo
Boa tarde professor. Mesmo não sendo da área jurídica vou ler esse livro também. Conhecimento nunca é demais. Sei que não existe um sistema jurídico perfeito, mas o nosso passou de piada. Só sei de uma coisa. Além de não punir, passa a sensação concreta da impunidade. continuar lendo