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25 de Abril de 2024

Roubos em SP: 38% de aumento no semestre. Tende a piorar.

Publicado por Luiz Flávio Gomes
há 10 anos

No primeiro semestre de 2014 os roubos aumentaram 38% no Estado de SP. Na cidade de SP, 19 roubos a cada hora (um a cada 3 minutos). Homicídios caíram 2,3% no Estado (mas continuamos com violência epidêmica: 10,3 para cada 100 mil, em junho/14). Foi registrado ainda o maior número de mortos pela PM (desde 2003): crescimento de 111% (317 mortos pela PM no semestre, contra 399 em 2003 e contra 150 no 1º semestre de 2013). No semestre dos ataques do PCC, em 2006, a PM matou 290. PM mortos neste ano: 6. Nos Distritos Policiais da Copa, o aumento dos furtos foi de 259% (veja Estado 26/7/14: E1 e Folha 26/7/14: C1). O SSP de SP é o escalado para dar notícias “boas”. E deu: “pela 1ª vez neste ano o roubo aumentou menos de 15% no Estado (foi de 14,7%); os índices estão melhorando”. Outras notícias: o latrocínio está estável: 200 mortos no semestre!; em junho/14, foram 25.614 roubos! Os roubos aumentaram 13 meses seguidos (isso só tinha ocorrido de novembro/07 a novembro/08); carros roubados no semestre: 52.648.

Medidas de combate ao crime (anunciadas pelo governo): (a) a lei dos desmanche vai aprimorar a fiscalização (será que ainda existe quem confia nisso?); (b) a polícia está empenhada e foi elogiada na Copa (com exceção do homicídio, todos os crimes aumentaram na Copa); (c) nova campanha de desarmamento (não é novidade); (d) terceirização do 190 (ele só é acionado quando a vida já foi, quando o carro já foi roubado etc.); (e) sistema Detecta (monitoramento dos crimes, usado em NY) (monitorar não é prevenir). São medidas erradas ou insuficientes.

Todos os países com números razoáveis de delitos (veja o 1º grupo do IDH, com 1,6 assassinatos para cada 100 mil pessoas) fizeram duas coisas: certeza do castigo e medidas socioeconômicas e educativas. No Brasil fazemos tudo errado. Quem planta errado, colhe frutos amargos.

No contexto do genocídio estatal brasileiro (que promove a política de assassinatos entre as classes desfavorecidas), 6 PMs morreram e a PM matou 317 (no 1º semestre/14); quase o mesmo número que a polícia americana mata no ano inteiro. Isso já evidencia o desastre (cadavérico) da política de segurança.

O que SP sempre fez para diminuir os roubos? Combate rotineiro via patrulhamento nas ruas e prisões em flagrantes dos ladrões tontos (prende-se a escória mais barata do crime). Isso é feito desde que a polícia militar foi inaugurada, em 1831. O que não se faz? A investigação de inteligência para identificar os grandes receptadores, os bancos que lavam o dinheiro sujo, os políticos envolvidos com o crime, os grandes traficantes, os policiais integrantes do crime organizado, os poderosos que encomendam as mercadorias roubadas, incluindo supermercados, etc.

Há toda uma cadeia produtiva na indústria do roubo (diz Bruno Paes Mando), mas somente a mão de obra barata e mais despreparada é que vai para a cadeia. Os barões ficam sempre impunes. Nem sequer são investigados. Vendas de celulares roubados estão nas esquinas. Somente 1 de cada 10 roubos tem inquérito policial. A falência é absoluta. Não existe a certeza do castigo, muito menos políticas socioeconômicas e educativas. Há 30 anos os crimes não param de subir (salvo o homicídio, que se estabilizou no patamar epidêmico). Há cinco séculos fazemos as coisas erradas. Não se pode esperar que um dia dê certo.

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4 Comentários

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Concordo, porém não é somente São Paulo mas o Brasil inteiro. O pior é que se "há cinco séculos fazemos as coisas erradas" por quanto tempo mais continuaremos assim? continuar lendo

Fora o contexto religioso, PRECISAMOS DE UM MILAGRE!!!
Talvez uma hecatombe nos condene a recomeçar, na estaca ZERO talvez uma ponta de dignidade nos aflore e nos ornemos mais humanizados. É um manifesto de solidariedade que precisamos. Só nos falta achar uma bela catástrofe para uma comoção tal que nos quebrantemos apocaliticamente em prol de outrem. Desta estaca zero, nossos descendentes ouviriam de como éramos fúteis e maldosos, corrompidos e necromantes, assassinos e malandros e que nossa esperança seria que eles, estes descendentes não copiassem a nossa dolosa prática de fazer o mal incessantemente para podermos atropelar sem dó ou empatia o vizinho que divide o mesmo oxigênio conosco. continuar lendo

Na minha opinião não só as medidas educativas deveriam ser levadas a rigor, mas também alterar o sistema prisional brasileiro que esta falido. Esta falência se deve e em muito as leis brasileiras paternalistas e que permitem desvios e alteração de decisões. Sabemos e estamos a presenciar dia após dia que as prisões só servem para escolarizar o crime, mais ou menos assim "entra bandidinho e sai bandidão". Dentro dos presídios impera-se a lei do mais forte, os presos não fazem nada se não quiserem e ainda, recebem visitas íntimas, recebem salários e outras mordomias, estes locais tornaram-se escritórios das facções criminosas protegidos por guardas do estado. Como qualquer sindicato que reivindica e consegue seus intentos, a magistratura brasileira deveria se erguer a mudar este sistema de coisa que esta acontecendo, do contrário, continuamos com os mesmos livros de Elói Chaves, José Alcântara. ou seja. vivemos de saudades irreais do decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, pelo então presidente Getúlio Vargas continuar lendo

O Ilustre professor, a despeito do seu brilhante comentário,continua comento equívocos afetos aqueles que acreditam entender de segurança pública.
Primeiramente, ao se tratar do tema, deve-se escoimar dos preconceitos.
Posteriormente, deve ser dividido o tema segurança pública em ações exclusivamente administrativas de governo e ações na esfera policial.
Toda vez em que os governos, como forma de resposta a crescente onde de violência na sociedade apresenta seus projetos os mesmos são denominados de "polícia interativa, polícia comunitária, patrulhamento comunitário, patrulhamento escolar, PATAMO, GAO, etc", as ações se resumem em mais Militares em viaturas, a pé, a cavalo ou em bicicletas ou ainda em helicópteros andando pelas ruas querendo que a sociedade entenda que com estas providencias ela está segura.
É a falsa sensação de segurança.
Todavia, as Delegacias continua fechadas ou funcionando precariamente sem efetivo, sem equipamentos, etc. Logo a criminalidade tende a aumentar, quando o Governo criará nova sigla empurrando goela a baixo do povo o mais do mesmo.
Está provado que leis não alteram o quadro de criminalidade, ataca-las é uma forma que o Governo tem de iludir o cidadão menos esclarecido.
Os mais esclarecidos devem começar a visualizar a situação e propor situações realistas no que se refere a criminalidade.
Uma delas é alterar o linguajar,por exemplo "combate", "operação" pois estas situações não se aplicam quando se refere a ilícitos penais civis.
Ao ilustre professor deixo duas indagações: a esfera policial existem, legal e juridicamente, a prevenção e repressão criminal?
A certeza do castigo só se dá através da investigação policial, ela existe?
Naturalmente, com os relatos feito no texto comentado, deixa transparecer que o índice de homicídio aumentou pouco, isto é, foi menor do que o da mesmo período do ano anterior porque os Militares mataram os homicidas, seria isto? Esta é a solução?
Investigação de inteligência? Gostaria de saber o que é. No caso é se investigar a própria inteligência.
Já fiz este questionamento uma vez ao Ilustre Professor mas não obtive resposta e o faço de novo.
O que é inteligência? Como se divide? E como se aplica na esfera policial no que se refere as investigações criminais?
Se estamos fazendo as coisas erradas, não é de se indagar se após a queda da ditadura militar houve mudança na política de segurança pública.
Quem é o responsável em formular a política de segurança pública atual?
Boa reflexão. continuar lendo